A Alma que peca.
Minha alma recita os milagres
da prece dos santos dos dias,
além duma igreja tão cheia
pousa de anjo numa sacristia.
Coitada da alma que tenho
sem sorte, sem fé, sem valia,
além dos milagres que conta,
tem perto o inferno das vias,
leva meu passo apressado
ao mundo das almas vadias.
Por isso não peco assustado,
é mão, contra-mão minha vida
e se o pecado a mão deixa lívida,
meus olhos transbordam alegria.
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