Não me apaga tudo!
Minhas pupilas
apanham os teus sabores,
alegram os meus desejos,
despem minha liberdade,
comem-me todo!
Meu cheiro é o teu quarto
onde não te tenho mais,
onde mora uma saudade,
voraz em tudo.
Minha vida cegou,
é a vã lembrança tua,
sem casa e freguesia,
mormaço apenas de certa alegria
quando me davas teus abraços
noite e dia em nossa casa.
Mas tua alma está em minha alma,
doce e amara ausência
que me lembra de ti.
A morte, essa figura estranhamente insólita,
não manda na memória,
mas em mim..., te deixa.
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