Os espelhos
E o espelho,
sorrindo me provoca tanto
quanto a minha face mostra-me
um rosto de desencanto
pregueado pelo tempo
com as rugas da desilusão.
E esse mesmo espelho
mostra-me a beleza fantasiada
que minha outra face ganha
antes de ir às festas,
parodiar conversas
nem sei se de felicidade.
Os espelhos podem, sim, mostrar
o que não têm para se ver
e tudo o que lhes aparecer
é dos outros.
Não possuem faces
nem o sorriso da vida,
apenas guardam o que nos outros a vida
crava de desfelicidade...
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