Meu discurso
Próvida natureza dá-me a voz
e, como bela canastra, a boca cheia de palavras,
doidaria loquaz desce o discurso
enladeirando frases desembestadas.
Ele diz, tudo diz e nada sabe.
Vive entre cerdáceas linhas,
cheias da tinta molhada
do engano dos olhos.
De olhos fechados não grito
e o vento leva como padrasto
as pernas de minha voz
como se suas fossem
como se douto fosse ele
e eu, gaiato mortal, barulhando a vida,
meu berço, meu bem, meu mundo
como se um discurso houvesse eu feito...
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