Céus infantes
As estrelas dos homens
estão consteladas em suas fêmeas lembranças,
nas gozosas galáxias dos mil beijos,
nos sonhos que sonhamos no espaço.
Memória luzidia traz-me a infância
entre gargalhadas e ânsias
historiando alegrias e medos.
Em mim mora o teu astro-rei
a tudo sorrir,
a tudo chorar,
cantante, a enxugar as lágrimas
de nossas faces desiguais.
É possível que minh’alma chore
ao achar-se pensando na tua,
vestida ou nua, quente ou fria.
Tua infância é a minha,
e a minha é a tua.
Desde cedo a tua habitou meu corpo,
cheio de saúde e de desejo
sem qualquer arrepio de medo,
entrando onde cavavas
um lugar sagrado apenas para nós dois.
Nunca descobri de que sexo eras,
Mas te dava o meu definido
com forma,
com cores,
com beijos,
entre a tua e a minha morada.
Hoje, nossos sorrisos se escondem
das vívidas alegrias da infância
na textura da memória,
quadro e moldura,
um desejo que fica,
outro que vai embora.
Os dois palhaços são homens sérios
ou mulheres ocupadas,
tragadas pelas regras da loucura
onde passeamos...
sem saber de nada!
0 Comments:
Post a Comment
<< Home