Mulheres como as outras
Passam-me elas iguais a tudo,
Uma a uma essas loucas criaturas,
tão felizes prostitutas,
tão doces meretrizes,
tão tristes raparigas
e tão estranhas damas surdas!
São as simples putas das ruas
essas mesmas mulheres das casas,
tristemente desprezadas
e das outras, crias das mesmas crias,
fêmeas de famas ou de folias.
Desentendo-as quando as vejo
e algum meu olhar com medo
olha-as sem vê-las nas praças
e nela há o que me afaga
e dela quase tudo que gosto.
Vulgívaga e santa prostituta,
és tão bela como as outras putas,
tantas cuidam apagadas de nós,
esses tão ferozes homens
dos átrios doutras moradas
jamais sabem as outras
que são todas vocês
como as outras damas da rua.
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