Tear Literário_ Poesias_
Este espaço é reservado às pessoas com olhares interessados em Literatura, aos tecedores de amigos e aos amantes da vida. Nele, escancaram-se o coração e a alma _do Médico-Escritor, Paulino Vergetti_ para receber seus amigos e visitantes. Alagoano, nascido em União dos Palmares, terra do poeta Jorge de Lima e de Maria Mariá, publicou trinta e duas Obras: romance, conto, crônica, poesia e ensaio. Médico Oncologista, casado, dois filhos, reside em Maceió, onde escreve sua Literatura.
About Me
- Name: Paulino Vergetti Neto
- Location: Maceió, Alagoas, Brazil
Um homem apaixonado pela vida.
Friday, May 01, 2009
Loucuras de longe
Louco por ti e por amor vivendo
que inda amando não me lembro
de mais nada além de contigo ser feliz.
Quieto convido a solidão
e entre tantas distâncias,
só apenas uma na multidão
quando nenhuma presença de ti me sobra.
Vem logo pra perto de nós
antes que nem sejas tu,
e eu não mais saiba de mim.
Louco por mim é o teu amor
que mora em longínqua plaga
onde tudo pode começar,
e não há nele o que se acaba.
Luz do além
Luz do além
A tua luz pousou em minha alma,
quase distante,quase apagada,
mas próxima de tudo de mim.
Aquela luz vinha de longe,
reencarnada em um anjo,
desses anjos doces de Deus.
Cerrei os olhos e abri o coração.
Senti-a adentrar feliz,
como se apenas me ensinasse a reviver
e amar os sonhos bons,
os sonhos amantes de nós, algum prazer.
Possuiu-me a tal luz do céu parida,
doutras fontes de amor da vida,
onde os espíritos moram.
Pousada a luz floriu
e se eu não estava mais em mim...
minha alma sentiu, minha alma sorriu.
Tuesday, April 14, 2009
É isso que eu sou!
É isso que eu sou!
Sou, sim, tudo o que essa dor me ensina
e esses olhos choram
e esse peito sente.
Sou mesmo qualquer palavra ouvida
entre silêncios de angústias tidas,
que nem sei se procuradas,
tampouco prometidas.
Sou a ponte pensada para o infinito
e algum momento ileso achado.
Sou, sim, esse caminho tão pequenino
dentro dessa enorme e bela estrada.
A águia e a formiga
A águia e a formiga
Vi no céu a águia voando,
altiva ave de tão raro vôo
e o que não me perdôo é não ter asas.
Vi na terra a pequenina formiga
e de tão teimosa me ferrou
e quando eu senti a dor,
percebi o quão difícil é tornar-se águia
Mas há um lado lobo em tudo o que fazemos,
quando criamos a arma e o seu estouro,
mas se eu atirar na águia,
na terra as formigas aglutinadas
servir-se-ão do lodo dos meus dissabores.
Friday, January 09, 2009
Iremos juntos
Iremos juntos
Meu traquino olhar inda menino
olha esse teu,
esse imenso em que tudo cresceu
como um viço gigante de um amor que só nasceu
para viver apaixonado.
Acho que é por isso que meu coração é feliz
e tudo o que o teu a ele diz,
torna-se um fato consumado.
Eu prefiro beber dessa leveza
e como pétala de uma flor apaixonada
voar no vento que beijar minha face
como se para longe quisesse levar-me
em traquina viagem e sem deixar saudades
porque o teu amor indo como o meu
seria tudo o requerido para que nos validasse
e sermos de nós cada um do outro.
Diferentes iguais
Diferentes iguais
Um aflito vazio,vago elogio,
certos amores frios,
tudo em um olhar chorado,
quase entendido,
pouco beijado,
os diferentes dos quase iguais.
Sou desses anjos oportunos
que quando caem das nuvens enchem o mundo
e não querem mais ao céu voltar.
Tenho visitado céus diversos:
uns longínquos, outros tão perto
que até santo tenho me sentido
e quase amado, quase vivo...
em um vago gesto de sentir saudade
quando quem se ama está ao lado
mas bem longe do coração.
Ventos diferentes
Ventos diferentes
Sonda-me certo vento frio,
cruzador de mares, bebedor de rios
e que vira onda quando por mim passa.
Minha pele foi hoje beijada
ao senti-lo vivo e carinhoso
roçando minha face em olhar sigiloso
criando fragrâncias, deixando-me amado.
Pobre de minhas tempestades todas,
as que não o vêem nem olham meu olho,
pois são os desperdícios de dores e choros,
são favas contadas que não me valem mais.
E se esse vento passar indo embora
e essa tempestade ficar do meu lado,
avisarei ao coração que se mude do peito,
vire um brinquedo na mão de criançae
sirva-se fartado de qualquer esperança,
que outro vento novo puder lhe ofertar.
Wednesday, October 29, 2008
Partida
Partida
Nada saberás quando partirmos,
eu e minha dor,
eu e minha saudade,
eu e teu amor.
Partirei sem vinda ter,
indo como quem nunca chega.
Dir-te-á uma ânsia ficada
no vento do que não me quiser,
nem tiver,
nem souber nada!
Não saberás jamais
o tamanho do meu amor,
o que eu te dei
e inda te dou.
Agora me deixa ir sozinho,
mas, cheio dessas saudades...
que quando vivem dentro de nós,
sacodem a alma,
amassam o coração
e ensinam-nos a estrada por onde se parte.
É por aí...
É por aí...
Pirilampos do dia,
beija-flores da noite
e o meu coração só ama
quando meus olhos encontram suas dores.
Sou feliz quando procuro
e acho-me nos sóis dos meus escuros
e vôo
e ando
e amo.
Estrelas brilham ao meio-dia
quando meu amor recria as cores
e enlouquecido ama.
Sou a força dos meus desejos
e o olfato do mundo e,
se me perco proseando,
nos versos acho tudo e assim vou
e assim sou
e assim amo...
Foi tão rápido
Foi tão rápido
Simpática esta mulher
que me chegou faceira
no silêncio de um beijo,
no afã de todos os desejos,
mas sem densa coragem.
Simpático, sim, este amor de mim
visto em tua carne
que após amar-me
brindou-me o coração.
Nunca mais te esquecerei
e antes de beijar-te nua
abraçarei tuas roupas verdadeiras
já que és também moça solteira
e mal amada.
Simpática me foi tua rebeldia
mas te amei nos minutos que prosamos
e se não for de todo o meu engano,
por alguns minutos mais...te amei!
A alma da zíngara
A alma da zíngara
Tua alma é doce
e teus beijos nem sei ainda se são meus.
Teu viço proíbe-me de ir-me
e fico assistindo-te
meio homem e meio bicho
ciganeando tua liberdade
entre afagos e abraços.
Cantai tu e tuas castanholas,
que teu amor me chegue livre
e quando o sol se pôr
tenhamos um lindo encontro de amor
e tudo entre nós esteja além de vivo.
Sunday, August 24, 2008
Abraço transoceânico
E há do outro lado do mar
algum desejo meu perdido,
melhor do que o meu amor,
melhor do que aquela flor
por mim beijada
no dia em que tua saudade me chegou.
Cá fervilham lágrimas tristes
no meu rosto
nas verdades retratadas num desgosto,
o de ter-te deixado ir embora.
E se o mar ainda nos divide,
segue o teu coração,
estira daí as tuas mãos
que de cá as minhas te abraçarão felizes...
Almas de pedra
De sobrolho eu sobre a pedra
olhando a pedra de tua alma
lá embaixo esquecida,
até o pântano de um olhar cheio de lágrimas.
Jogo pedra às pedras
e uma festa implode e pode
viver nos arredores dos nortes
em tua direção deixada
por qualquer destino meu andante.
Enfim minha alma encontra a tua,
somos a roupa das palavras nuas
encharcando alegrias, enforcando vontades.
Há um olhar temido e enxergador
e não diz ele de qualquer dor,
finge ela em nós doer desacordada.
Sunday, June 22, 2008
Cheira a alfazema
Tua voz é brisa sedutora
que se faz cantiga aos meus ouvidos
e tua pele é esse cheiro bem sentido,
a minha acha de cheirar embriagada,
e cheiram teus olhos a rosas molhadas
quando no campo são docemente seduzidas.
Corvo manso eu alto passo
sobrevoando o jardim onde te escondes
e deixo-te uma saudade sem nome
como se fora ela apenas o perfume de um abraço.
Cheira a alfazema o nosso amor,
saciado de beijos e de abraços
como me pede o coração fazer com pulso.
Deixa-me dizer-te do amor que tenho
e dos desejos que n’alma os redesenho
pensando apenas em querer-te em minha alma.
O último abraço
Abraça-me, talvez tu me aches próximo
do teu distante olhar
e de tão vaga lembrança.
Meu olho fixa-te descontente
e sabe lá Deus se a gente...
algum dia se amou de verdade.
Sou hoje a esperança da redescoberta
e se tudo nos foi longe,
hoje há em mim muita pressa
de encontrar-me noutros braços
e, doravante...
amar e de novo amar com o peito em festa!
Se foi, pronto!
Nem sei se brota mais em mim a planta tua
murcha de ti, lúcida da rua
como ave rara que perdeu com as asas
a cor da lívida carne crua.
Olho em teu peito a cicatriz do medo
e se não te renego, em mim
não me há mais desejo
de ter-te embriagada em meus braços vadios.
Corre e diz ao tempo o tempo nosso
e se a rua não mais te quiser,
volta ao meu quarto na santa quarta lua que clarear teu rosto.
Mulher, fêmea atrevida que mudou meu mundo
se foste embora, foste embora e pronto
e no meu mundo, tonto eu fico em meu castigo vago!
A alma do outro
D’alva e lúcida luz dá-me o teu beijo
entre os olhares dos lábios rebeijados
e não morra fora de nós qualquer abraço
que não nos faça pecar frente aos desejos.
Quando o meu coração olha o teu,
é como se escrevesse algum recado
e dissesse a ti sem medo que, apaixonado,
ando a ceder tudo o que em ti amo.
Devolveste em um manso aperto de mão
tudo o que luze em meu coração
pelo teu perdidamente apaixonado.
Amo-te individualmente farto
e entre nossos beijos e nossos abraços,
eis que minh’alma adora amar a tua.
Sunday, May 18, 2008
Faz tempo...
Sinto a tua falta
quando não me acho
e sei que o teu abraço
está distante.
Desejo-te quando me cheiro
e sinto que há em mim o teu perfume
e faz tempo que te beijeic
omo homem...
Quero-te todas as vezes que oro
e saudoso ao destino imploro:
volta,vem
segue-me!
Abraça-me e jamais negues
que em loucos dias eu te amei...
Abandonos
Pus em tuas mãos meu mundo,
do raso ao fundo
em tudo o que te dei.
Sou a estrada dos teus pés
que me leva junto
quando qualquer saudade nos pergunta
por que nos amamos tanto de uma só vez.
Há um abandono.
Sei que dormi sem sono
e sonhei sem dormir.
Pus em tuas mãos o meu amor
e hoje, maltratado por teu desamor,
sinto sede,
sinto dor,
sinto fome!
Dos dois lados de mim
Do outro lado de mim
está meu álibi
que só nasce quando apaga a luz
e só vive quando eu te abraço.
Meu peito ardente escuta o teu
mas é apenas com um beijo meu
que teu coração me laça.
Fazer amor contigo
é uma festa preparada
e há entre nossos corpos
camas bem forradas,
luzes apagadas
e amor até algumas horas.
Do outro lado de ti
eu sempre chego
acordado, cheio de vontade e sem medo
para encontrar em nós
os folguedos libidinosos
de nossas loucas madrugadas.
Passarinho rebelde
Voa, passarinho, voa pra longe,
mas pra bem perto de mim.
Abri as mãos e voaste,
cresceste e aprendeste a amar tão diferente
que jamais sentes o que sentias antes.
Se ele voou, eu fico a observar
e se ele te leva a alma,
eu fico aqui a te esperar,
sendo pai, gaiola e canto...
Ah! meu passarinho rosado, volta,
chega pra enxugar meu pranto
e nunca mais roubar meu canto
com tuas ásperas palavras.
Voa, meu passarinho, voa alto,
mas antes de caíres, pousa em meus braços
e longamente canta!
Posso ir?
Minha alma conjuga verbos imperfeitos
e é por isso que em meu peito
mora uma solidão disfarçada de amor
e na multidão não mais te vejo
e falta ao meu olhar a calma de um desejo
para te ver como gente amada,
e seres esse amor de meu amor.
Meu coração ainda acredita
que tudo a paixão pode
e o medo acolhe
e a voz calada confirmando grita.
Amo-te como um descuido reaprendido
e o peito ferido
tragado por teu desamor.
Diz-me onde estás ou onde moras,
quero deixar-me ir embora
para bem próximo de ti
e ver teu olhar sorrir
e meu peito enxergar
e ao teu coração confidenciar
esse amor que ainda cevo comigo.
Tuesday, May 06, 2008
Pôr de poesia
Há um pôr de poesia
no sol deste poema
e tua alma brilha luzidia
como se nela morasse além da alegria,
uma doce e poética chama.
Faço poemas para me divertir
e chorar sorrindo
e sorrir chorando.
Ser poeta é viver um alegre abandono
e dosar na solidão mil corações,
todos eles apaixonados pela vida.
Há um poema e a poesia.
Há neste poema tanta alforria
que, mesmo preso no papel,
há de ser ele livre
e não viver ao léu,
mas dentro de algum encanto crido.
Janela serenada
Janela serenada
Da janela vi o teu corpo passando
qual desejo meu cheio de pernas e andando
entre os pés do meu olhar,
buscando o teu...
como a te chamar de amante.
Acenei ao luar frio pedindo-te
e vi todas as janelas se fechando
e apenas o meu coração abrindo-se,
a chamar o teu.
Vaga a noite sem ti, insônia minha,
dói na alma desamada lágrima fria
como tão fria é a noite solitária
que me chegava da janela do quarto,
levando-te a novas ruas sem janelas.
Passa um amor sem poesia
e fica o poeta à janela, desamado
triste e serenado,
buscando um novo amor que alegre passe
e o abrace
e assim sorria...
Dor e disfarce
Dor e disfarce
Afleima-me esta tua indiferença
e é por isso que meu amor morre
e não te socorre
à frente desta solidão.
Dou-te inda mais amor que o dado
e vejo à tua face,
apenas um sorriso falso
amedrontando-me.
Anoja-me tê-la disfarçada
e se para o riso estás tão irada
que tua verdade morra.
Sê como o arco-íris
que embora longe dele tudo se sabe
e abraça-me apenas quando sentires vontade
e nada mais.
Afleima-me sentir a tua dor
quando inda teu jeito sangra e ri
apenas para desmentir
a dor que em teu peito é louca chama.
Saturday, April 26, 2008
Imagens e espelhos
Consolo minha image
molhando para o meu olhar
e vendo o teu rosto
beijando a minha face
dentro da face desse mesmo espelho
que sem qualquer medo
olha pra mim e ri .
Vejo nela a maior lição de mim
e nele, joios e trigos,amantes e amigos...
e a vida a passar !
Está em minha face a face tua
e está em tua casa a minha rua
e no meu avesso, teu melhor lado .
Consola-me com a emoção
de trazer ao meu, teu coração
e amar mais a tua alma que a minha ,
essa doce erva daninha,
esse doce veneno de nós dois
que mesmo depois...
vive do antes .
O último adeus
Não me espere pra jantar.
Vou dormir fora de casa,
talvez na estrada
que me levar embora.
Acordei antes de ti
e logo sairei às ruas
sem qualquer lembrança tua
levada ou deixada!
Não me esperes mais agora
nem nunca...
e sabe que algum amor que havia
se foi...
entre dores e abraços de nós dois
para nunca mais nos encontrarmos.
Viagem com a solidão
Que grata solidão fez-me pensar
e ver que em algum lugar
há tanto o que eu desconhecia.
Minha dor possui pernas apressadas
e é por isso que minha alma conhece estradas
à procura doutras almas solitárias
que de si nunca saíam às caçadas,
distraídas e desamadas também.
Vou-me solitário ao fim do mundo,
descobrir caminhos,
achar mundos...
e entender que a solidão de tudo
é algum caminho que vaga
a nos mostrar novas estradas,
amores novos e novos ninhos.
Há tanto mal...
O que há de ti em mim, o que há?
Há o nosso desamore ciúmes desembestados
que mesmo quando estamos lado-a-lado
amamos um ao outro tão distantes.
Há um sol que escuro vive
e luas desacesas a matar a noite
e não há beijos
e não há açoites
quando o meu amor encontra o teu.
Há lutas perversas
e desejos apagados
e há fronhas molhadas,
lençóis assanhados
e entre nós, querida...uma noite perdida
e sonhos tão desenfeitiçados.